Metanol: PE registra cinco novos casos suspeitos de contaminação, com uma morte; 34 seguem em investigação
14/10/2025
(Foto: Reprodução) Maior surto de intoxicações por metanol dos últimos anos aconteceu recentemente, entre 2016 e 2023
Reprodução/TV Globo/Fantástico
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, em boletim divulgado nesta terça-feira (14), que registrou cinco novos casos suspeitos de intoxicação por metanol em Pernambuco. Com as novas notificações, o estado totaliza 63 casos suspeitos desde 30 de setembro.
Entre as novas notificações divulgadas pela SES, estão uma morte, dois pacientes que seguem internados e outros dois que deixaram o hospital por conta própria. Com a atualização do boletim, o número de casos em investigação subiu de 29 para 34. Três foram confirmados até o momento (saiba mais abaixo).
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Segundo a SES, os cinco novos casos são:
um paciente de Salgueiro, no Sertão, que morreu;
um paciente do Recife que deixou o hospital por conta própria;
um paciente do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, que deixou o hospital por conta própria;
um paciente de Itaquitinga, na Zona da Mata Norte, que segue internado;
um paciente de Serrita, no Sertão, que segue internado.
Dos 63 casos notificados até o momento, quatro são referentes a moradores de outros estados, dois de São Paulo, um de Alagoas e um da Paraíba. Destes, um de São Paulo já foi descartado. Os outros três pacientes receberam alta hospitalar e os casos seguem em investigação.
Três casos confirmados
Garrafas tinham 300 vezes mais metanol do que permitido, diz perito
Na segunda-feira (13), Pernambuco confirmou os três primeiros casos de intoxicação por metanol. As vítimas são três homens moradores de Lajedo, no Agreste. Dois morreram e outro ficou com sequelas oculares.
De acordo com o perito criminal Rafael Arruda, do Instituto de Criminalística, exames laboratoriais mostraram que a bebida consumida pelas vítimas tinha concentração de metanol 300 vezes acima do limite legal (veja vídeo acima).
Em um dos casos, a quantidade da substância no sangue era cinco vezes maior que o nível recomendado para iniciar o tratamento.
Na época em que os homens foram internados, a polícia informou que havia indícios de que as vítimas consumiram uísque comprado em um caminhão que passou por Belo Jardim, no Agreste do estado, para revenda.
Cuidados com o consumo de destilados
A SES recomenda que a atenção seja redobrada em relação ao consumo de bebidas alcoólicas destiladas, como vodca, gin, cachaça e uísque, por conta do risco de adulteração com substâncias tóxicas.
Entre as orientações aos consumidores, a Apevisa reforçou que é recomendado:
comprar bebidas alcoólicas em estabelecimentos licenciados pela Vigilância Sanitária;
observar se o lacre da garrafa está intacto;
conferir se o rótulo apresenta fabricante, teor alcoólico, composição, datas de fabricação e validade;
procurar o registro de 13 dígitos do Ministério da Agricultura, exigido para todos os produtos alcoólicos.
Para comerciantes, a recomendação é redobrar o cuidado na escolha de fornecedores. Preços muito abaixo do mercado podem ser indício de adulteração.
Nos bares e restaurantes, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) sugere que o cliente peça para ver a garrafa da dose que será servida.
Já em relação às bebidas prontas, como drinks, a recomendação é consumir apenas em locais licenciados e acompanhados pela Vigilância Sanitária.
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